29 de fevereiro de 2008

Estruturas Metálicas

Como estudante de Engenharia Civil a minha aprendizagem na área de estruturas de betão armado foi contínua ao longo do curso porém, lamento que relativamente a estruturas metálicas esta aprendizagem se limite a uma disciplina no último ano do curso. A verdade é que a maior parte das estruturas comuns são em betão armado, mas as estruturas metálicas podem em certos casos apresentar algumas vantagens. Por exemplo, a ultilização de perfís metálicos permite uma redução de peso da peça garantindo simultaneamente uma grande inércia de flexão e este tipo de soluções são por vezes inteligentemente adoptadas. Apresento de seguida algumas das vantagens que penso existirem neste tipo de estruturas:
  • Menor tempo de execução
  • Maior facilidade de montagem e desmontagem
  • Maior facilidade de vencer grandes vãos
  • Maior facilidade de reforço
  • Redução da carga nas fundações pois são mais leves do que as estruturas de betão
  • Menores dimensões das peças

O tempo de execução destas estruturas pode ser de facto a principal vantagem. Sendo as peças feitas em regime de fabricação industrial, a equipa de trabalho em obra recebe-as já nos tamanhos definidos, com as extremidades preparadas para soldagem ou aparafusamento durante a montagem o que conduz a um ganho de tempo face a uma estrutura de betão onde por vezes é necessário aguardar vários dias para que o betão ganhe a presa suficiente para se poder continuar a obra.
Uma das principais desvantagens da utilização destas estruturas é a possível corrosão do aço. Porém, o aço apresenta boa resistência à corrosão atmosférica desde que determinados cuidados sejam tomados. Para melhorar esta característica do aço pode proteger-se a estrutura com pintura e/ou galvanização e pode ainda trabalhar-se com aços de alta resistência à corrosào atmosférica, que são capazes de durar quatro vezes mais que os aços comuns.

27 de fevereiro de 2008

Browser

No que toca à segurança no computador todos devemos ter o máximo cuidado. Não só porque é a "saúde" do nosso computador está em risco, mas também porque também queremos manter só para nós a informação que temos no nosso computador e não correr o risco que outros se apoderem dela.


Por isso usamos anti-virus, anti-spyware, firewall, etc.
Mas quando navegamos na internet (que é a grande fonte de todos os problemas) qual é a primeira "janela" por onde o intruso tem que entrar? - O browser!
O browser é simplesmente o programa que usamos para aceder à internet! Navegar com um bom browser é fundamental para a nossa segurança quando navegamos pela internet. Isto porque bloqueia automaticamente conteúdo potencialmente perigoso de ser carregado nas páginas que abrimos, protegendo-nos.

Muitos de nós, os que estão pouco familiarizados com a informática, pensam que a única forma de aceder à internet é pelo Internet Explorer - já vem com o windows, quase toda a gente fala nele, etc. Nada de mais errado!
O Windows Internet Explorer é o browser da Microsoft e faz parte do Microsoft Windows. É, portanto, um produto pago.
Mas e para quem não quer usar o windows? Tem que haver alternativas a quem não esteja disposto a usar o sistema operativo da Microsoft! Obviamente que há alternativas grátis e desenvolvidas pela comunidade para fazer face a este produto...

No que toca a browsers existem 4 nomes de peso! O IE (por ser o standard) , o Mozilla Firefox, o Safari (usado normalmente nos Apple) e o Opera - listados por ordem de popularidade.
Se procurarmos um pouco pela net vemos também que o IE apesar de ser o mais usado não é, nem de longe, o melhor! Existem inúmeras vulnerabilidades não corrigidas e bugs que podem ajudar algum mal intencionado a ganhar controlo do nosso computador.

A título pessoal uso o Firefox - browser que recomendo vivamente e que penso ser o melhor browser actualmente. Não só pela segurança que oferece como pelas funcionalidades extra que lhe podemos adicionar (motivo que dará assunto para novo post muito em breve).

Estes dias saiu também a notícia de que o Mozilla Firefox atingiu os 500 Milhões de downloads, número de facto histórico para um browser!

23 de fevereiro de 2008

Um salto de trampolim

Quando se pretende dimensionar uma estrutura o primeiro problema que se põe é quais as forças a considerar e como as quantificar! Mesmo para quem não é da área, facilmente se compreende que o tipo de forças a considerar depende obviamente da finalidade da estrutura a dimensionar. De forma a quantificar estas forças o actual regulamento de segurança e acções para estruturas de edifícios e pontes (conhecido como R.S.A. e que brevemente será substituido pelo Eurocódigo 1 como forma de uniformização das leis a nível europeu) propõe valores para os diferentes tipos de acções.

Com recurso a estas cargas e baseado nos princípios da análise estática (onde cargas não são variáveis com o tempo) é possível prever esforços ao longo da estrutura e a partir daí dimensionar as secções bem como a quantidade de armadura necessária. De uma forma simplista este é o procedimento a seguir! Porém há casos em que esta análise estática não tem em conta certos fenómenos que podem ser importantes para o bom funcionamento da estrutura sendo necessária uma análise dinâmica bem mais complexa.

Imagine-se um trampolim. Quando começamos a saltar não conseguimos saltar tão alto do que quando, passado algum tempo, a frequência do nosso salto está sincronizada com a do trampolim. Ora, uma acção variável numa estrutura (como o vento sobre uma estrutura, a passada de um peão sobre uma ponte, um sismo, etc.) também tem uma determinada frequência. Por exemplo, a frequência da passada humana ronda os 2Hz e tal como o trampolim também as estruturas também têm uma frequência própria de vibração (chamada frequência natural de vibração). Quando a frequência de uma dada acção sobre as estruturas (frequência de excitação) anda próxima da frequência natural de vibração da estrutura pode ocorrer um fenómeno denominado de ressonância. Quando tal acontece, os deslocamentos previstos com cargas supostas estáticas são bastante amplificados podendo levar a problemas adicionais na estrutura.

Para combater este fenómeno é necessário fornecer rigidez à estrutura (por exemplo aumentando secções). Acontece que por vezes as questões arquitectónicas não permitem o aumento das dimensões da estrutura, ou partes dela, e são necessários outros caminhos para a resolução deste problema. Nesses casos são dimensionados amortecedores que podem ser de diferentes tipos: por exemplo amortecedores de massas sintonizadas (TMD´S) ou amortecedores viscoelásticos. São fenómenos como este, em que a solução nem sempre é facil de obter, que estimulam o engenheiro estrutural e que põem a prova as suas capacidades.

Mostro um vídeo do dia de abertura da ponte "Millenium" em Londres. Trata-se de uma ponte pedonal cuja frequência natural de vibração se aproxima dos 2Hz. Vejam o que aconteceu em pleno dia de inauguração!



André Ferreira

União Europeia dá o exemplo

A União Europeia vai investir 15 milhões de euros no protocolo Bit-Torrent nomeadamente no projecto P2P-Next. À equipa outrora responsável pelo tribler será incumbida a tarefa de desenvolver um cliente de Bit-Torrents, open source [1], totalmente compatível com live streaming.
Alguns dos grandes investidores que também dão a cara - e mais 4 milhões - por este projecto são por exemplo a BBC e a European Broadcasting Union.

Certamente que a BBC concluiu que os Bit-Torrents e o live streaming são o futuro. E estava à vista à muito tempo! Ao vermos notícias como esta dizendo que 50% de todos os downloads de torrents são de séries televisivas, e que se estima que são sacados mais de um Bilião de séries televisivas todos os anos (e que este número continua a crescer) vemos que a BBC está no bom caminho. E não só a BBC. Recentemente recordo-me de ter visto a RTP anunciar que estavam a transmitir um jogo de futebol por streaming no seu site. Por bit-torrents ou não, já é um passo muito positivo e que vai de encontro à necessidade dos seus utilizadores!
Pergunto-me também quantos de nós não estávamos dispostos a pagar para ter as séries (de forma legal) em tempo real em nossa casa? Porquê esperar 1 ano até que a RTP se lembre de comprar os direitos de transmissão da série, e vê-la à hora que eles querem? Recordemo-nos também de que a grande fatia dos lucros do mercado vão para os distribuidores que assim vêm o seu futuro ameaçado visto que a própria produtora pode disponibilizar os conteúdos online (por preços bastante mais apelativos) directamente aos consumidores finais.


Agora falando um pouco acerca do protocolo Bit-Torrent e do P2P (peer to peer) em geral.
Um protocolo peer to peer e um protocolo ponto a ponto, em que um nó (extremo da ligação) se liga directamente a outro sem necessidade de se ligarem todos a um servidor central. Isto veio revolucionar o modo como o tráfego é distribuído visto que em vez de termos N users a consumir toda a largura de banda de um servidor, temos esses mesmos N users a aproveitarem a largura de banda uns dos outros para partilharem as coisas entre si.
Um bom exemplo de P2p é o protocolo Bit-Torrent.
Eis como funciona:

Para partilharmos um ficheiro usando o protocolo Bit-Torrent temos antes de mais que criar um "torrent". Um torrent é um pequeno ficheiro que contém apenas informação acerca dos ficheiros a serem partilhados e do tracker - computador central que vai coordenar a distribuição de ficheiros.
Depois disto, quando um peer quiser ter acesso a estes ficheiros apenas tem que fazer download do torrent, que ao ser adicionado no respectivo programa se vai ligar ao tracker (ao tal computador central) e nos vai dar informações sobre todos os outros computadores que estão a receber/partilhar esta mesma informação.

A eficácia deste protocolo é grande porque os recursos no servidor (tracker) são mínimos - pois só diz aos clientes quais são os outros clientes que também estão a partilhar/sacar o mesmo ficheiro, e na pessoa que também partilha o ficheiro também são reduzidos.(Ver animação ao lado)
Tomando por exemplo uma música de 6MB, o que acontece é o seguinte:
O computador que vai distribuir a música vai dividi-la em 6 partes de 1MB (hipoteticamente). Cada uma destas partes vai ser partilhada para os diferentes computadores, de tal modo que ao fim de poucos "ciclos" o torrent seja auto-subsistente, ou seja, mesmo que o computador que o meteu na rede se desligue, ele consegue que todos os outros computadores o consigam recuperar partilhando todas as partes entre si (ver imagem ao lado).

No sentido prático, há algumas considerações a fazer no que toca ao download de ficheiros (legais claro :P) por torrents.
Há imensos sites onde podemos ir buscar torrents. Estes sites além de terem um servidor onde alojam todos estes torrents têm também um computador central (servidor) que funciona como tracker e que gere as conexões entre os peers.
De entre os trackers existem duas grandes distinções:
- Os trackers públicos e os privados.
Os públicos baseiam-se na boa vontade dos users e qualquer pessoa pode fazer download dos torrents (sem ter registo no site) e não precisa de ter um racio [2] de partilha positivo. Por isso, aquando da conclusão do ficheiro em causa, só a nossa boa vontade é que nos faz partilhar!
Entre estes consta o Pirate Bay, o mininova, torrentreactor, etc...
Nos privados, regra geral é preciso convite para entrar e é exigido um rácio positivo para a permanência no tracker. Isto para evitar situações de pessoas que só sacam e não partilham, o que não favorece em nada a comunidade. Por esta obrigação de partilhar e de ter um racio positivo, com os trackers privados também se consegue, obviamente, outras velocidades de download e outra disponibilidade de ficheiros que não se consegue nos trackers públicos.
São exemplos de trackers privados o TorrentLeech, Demonoid, o BTnext (só tráfego português) etc...

Depois disto, para completar a festa, ainda há vários programas de bit-torrent, dos quais se destacam o Utorrent e o Azureus. Ambos são bastante semelhantes, sendo que o Utorrent é mais leve (consome menos recursos ao computador) e básico para o usar, enquanto o azureus é mais potente a nível de "funcionalidades xpto" e bem mais pesado.

A nível pessoal, uso o Torrent Leech, o Torrentz (motor de pesquisa de torrents) quando preciso de algum ficheiro mais antigo e o Utorrent como programa de download.


- - -
[1] - O que é software Open Source?
- De um modo simplista, é software cujo código fonte do programa está aberto e disponível ao público, ou seja, qualquer um pode ver a programação por detrás do programa, alterá-lo conforme as suas necessidades, etc...

[2] - Racio é o quociente entre o tráfego que enviamos sobre o tráfego que sacamos. Por exemplo, se sacarmos 3GB e fizermos upload de 6GB ficamos com o racio de 2, o que significa em termos práticos que enviamos duas vezes mais o que sacamos.

21 de fevereiro de 2008

SISMO – Building and Technology

O isolamento dos edifícios é factor preponderante não só para a durabilidade das construções como também para o conforto de quem os habita. Um bom isolamento pode, para além de tudo, conduzir à redução de custos de aquecimento/arrefecimento das habitações. Num edifício bem isolado os custos relativos ao aquecimento do espaço são necessáriamente inferiores aos mesmos custos onde as perdas térmicas sejam significativas! Mas, como se sabe, o nível isolamento está também relacionado com possíveis problemas de humidade pelo que se torna imprescindíver existir também uma boa ventilação.

O sistema SISMO – Building and Technology é o primeiro sistema com aprovação técnica a nível europeu (ETA Nº 01/00). Segundo a Agepint-construções a tecnologia SISMO oferece a garantia de um bom isolamento térmico e acústico, sem acréscimo de custos ou de mão-de-obra. Apresenta a garantia de bom isolamento sísmico, rapidez de execução e o peso reduzido. Trata-se de um sistema facilmente adaptável às formas da estrutura pretendidas.

Uma das principais características é mesmo a celeridade do processo construtivo!Como que um puzzle que é montado no local da construção, vindo as peças previamente feitas de fábrica. Pode ver-se um video ilustrativo.

Sendo garantidas condições de resistência este sistema parece de facto inovador, porém, apenas como opinião pesoal, não sei até que ponto garantirá condições de serviço aceitáveis em estruturas mais complexas quando se registem esforços consideráveis, principalmente momentos flectores!


Fontes:

AGEPINT-Construções
SISMO®

André Ferreira

20 de fevereiro de 2008

Betões de Elevado Desempenho

Actualmente, os betões de elevado desempenho (BED) são ainda apenas aplicados em situações algo particulares como o caso de edifícios altos e pontes, que estão sujeitos a ambientes extremamente agressivos. O conhecimento associado a este tipo de betões não se encontra generalizado, porém a sua difusão e desmistificação são essenciais, uma vez que estes podem ser encarados como uma evolução dos betões convencionais, mas com uma característica essencial: a elevada durabilidade.

O BED é fabricado recorrendo a materiais de elevada qualidade cuidadosamente seleccionados, e a sua composição é determinada por intermédio de métodos que permitam optimizar a compacidade da mistura. Estes betões são misturados, colocados em obra, compactados e curados com o maior rigor possível, de modo a atingir elevados níveis de qualidade. Os BED são produzidos com uma reduzida relação água-ligante (A/L), que é assegurada pela presença de superplastificantes que possibilitam o fabrico de betões passíveis de aplicação em obra com relações A/L compreendidas entre 0.2 e 0.4. Por possuírem na sua constituição adições minerais como a sílica de fumo ou a cinza volante, o uso deste betões traduz-se em elevados benefícios do ponto de vista ecológico e ambiental.

A crescente necessidade de obter construções com períodos de vida útil mais elevados, com menores custos de manutenção, e numa sociedade cada vez mais preocupada com conceitos como qualidade, durabilidade, desenvolvimento sustentável, os betões de alto desempenho oferecem vantagens que devem ser suficientes para aumentar cada vez mais a sua escala de utilização. Nos últimos anos, vários trabalhos, pesquisas, congressos e simpósios comprovam que o BED é um material viável técnica e economicamente, para utilização em diversos tipos de estruturas, tanto convencionais, como mais especiais.

Em pleno século XXI não é difícil antecipar que se trata de uma material que se difundirá a diversos campos de aplicação. Trata-se da melhor solução para aumentar o tempo de vida útil de estruturas, essencialmente quando estas estão expostas a ambientes severos.

Como ainda não é possível produzir betão de alto desempenho com reduzida permeabilidade e com uma resistência à compressão também diminuída, é fundamental que os projectistas tirem proveito da resistência extra, obtida por redução da razão água/ligante, efectuada para obter um betão de alto desempenho, na actualidade. Provavelmente, e num futuro próximo, será possível produzir betão de alta durabilidade mas com resistências baixas, que poderão ser suficientes para aplicações concretas, e garantir assim maior rentabilidade.


Texto de Francisco Gonçalves

André Ferreira

19 de fevereiro de 2008

Ter o email aqui tão perto

Hoje enquanto lia uma das minhas fontes de informação diária, deparei-me com uma frase no mínimo curiosa:

"Several global firms in Zurich don't allow their bankers to check email more than twice per day. The reason is simple: the more they check email, the more compelled they feel to send email."

E é sobre isto que vos queria falar hoje. O email!
A grande maioria das pessoas utiliza o email através da sua interfaçe Web, ou seja, precisam de ir ao site para verem se têm emails novos e para o utilizarem. Este modo como todos aprendemos a trabalhar com o email está longe de ser o mais prático. Isto porque se estivermos à espera de algum mail importante vamos passar a tarde toda a ir de 20 em 20 minutos ao site a ver se o dito chegou! Por isso, e também pelo incómodo que é abrir o browser, ir ao site do email, colocar o login/password e ainda esperar que a página carregue surgiram algumas aplicações - Clientes de Email - para nos facilitar a vida.
Um cliente de email é um programa que nos permite todas as opções que teríamos dentro do site no nosso email, mas dentro de um programa.
Dentro dos existentes existem dois que se destacam pela qualidade. O Mozilla Thunderbird (open source e grátis) e o Microsoft Office Outlook - que vem com o Microsoft Office.
As vantagens de utilizar este tipo de sistema são muitas. Passamos, por exemplo, a ter acesso a todas as nossas contas de email de forma imediata, além de sermos notificados em tempo (quase) real quando recebemos um email. Ou seja, não precisamos de estar constantemente a ir ao site ver se temos emails novos! Quando chegarem... o programa avisa-nos em primeira mão!
Outra das vantagens que não dispenso e que estes programas nos apresentam é o de guardar localmente os nossos emails. A título de exemplo se formos de viagem e não tivermos Internet mas precisarmos de ler/ver um email que temos na nossa caixa postal podemos ver porque ele continua lá disponível.

E agora, como configurar isto?
Tomando por base uma conta do Gmail (o hotmail por defeito - sem truques - não suporta isto) o que temos que fazer é:

- Ir às Settings da nossa conta
- Ir ao sub-menu "Forwarding and POP/IMAP"
E aqui surgem duas definições novas - POP e IMAP. O que são e qual a diferença entre dos dois?
De um modo simplista são duas formas possíveis de puxar o email do site para o nosso computador.

O POP (Post Office Protocol) funciona da seguinte forma:
Quando recebemos um email o nosso programa não o descarrega para o nosso computador enquanto não dermos indicação para tal. Ou seja, enquanto não clicarmos em "Enviar/Receber emails" não nos aparecem emails novos. Claro que podemos configurar o programa para fazer isso automaticamente de X em X minutos, mas...
Além disso o POP só funciona num sentido. Recebemos os emails e se os apagarmos (por exemplo) localmente eles vão continuar na nossa caixa de email, embora tenham sido removidos do disco.

O IMAP (Internet Message Access Protocol ) já permite esta bidireccionalidade. Tudo o que apagarmos no programa será apagado também na nossa caixa postal. Além disso quando recebemos um email (e se tivermos o programa aberto obviamente) recebemos imediatamente um aviso a dizer que recebemos um email, e de quem é o email. Dá ainda para sincronizar todas as pastas que temos dentro da nossa pasta de email, o que é óptimo para separarmos os nossos mails recebidos por categoria - e já os vamos receber organizados no nosso computador.
E agora a pergunta mais óbvia?
-Então se o IMAP é tão melhor que o POP e permite muitas mais funcionalidades, porque é que há o POP?
A resposta é simples:
O POP é algo gratuito e muito simples de arranjar em qualquer servidor de email enquanto o IMAP não. Geralmente para ter IMAP era preciso ter conta num servidor privado com assinatura. Era portanto um serviço pago, enquanto o POP era gratuito, comum de encontrar na maioria dos servidores grátis de emails e que desenrascava.
À uns meses atrás o Google começou a disponibilizar também IMAP para as suas contas o que veio revolucionar a forma como o email chega a nós (de forma gratuita claro).

Sabendo então a diferença entre POP e IMAP continuamos na configuração:


- Fazer enable ao IMAP (e desactivar o POP se estiver activado)
- Guardar

Depois disto, é só seguir as instruções que estão no site para configurar a nossa conta do gmail com o programa que queremos e temos o nosso o(s) nosso(s) email(s) totalmente controlados a partir do nosso computador.

Claro que para tirarmos o máximo das potencialidades no nosso email temos que ter o programa (neste caso o Thunderbird) sempre aberto! Para isso, e para não estarmos sempre a vê-lo na barra das tarefas, nada como escondê-lo num ícone junto ao relógio!
É isto que este addon faz! Quando minimizamos o thunderbird ele esconde-se junto ao relógio e não nos ocupa espaço na barra de tarefas!

É só guardar o ficheiro, ir ao Thunderbird a "Tools" -> Add-ons e fazer install. Damos a localização onde guardamos o ficheiro e apartir daí temos o thunderbird sempre minimizado para não nos roubar espaço!

Sorte ou falta dela?

A maioria dos recém licenciados, e os de engenharia não são excepção, espera com certeza conseguir atingir uma vida monetáriamente estável e equilibrada. Mesmo sabendo que podem não contemplar grandes exageros esperam um dia poder ter uma familia sem ter de contar os "tostões" para todo o mês e quem sabe conseguirem fazer uma ou outra viagem de vez em quando.


Segundo o JN, há engenheiros em Portugal com mais de 30 anos de experiência a receber menos de 833 euros brutos por mês e, se a isto descontarmos impostos e Segurança Social, dará vencimentos mensais certamente inferiores a 700 euros. Esta realidade está espelhada num inquérito divulgado ontem pela Ordem dos Engenheiros. De acordo com o estudo, 3% dos inquiridos neste escalão temporal de actividade afirmaram ter menos de 10 mil euros como remuneração anual ilíquida.

Estou prestes a entrar no mercado de trabalho e, apesar do ainda pouco conhecimento que tenho, não me parece razoável que este vencimento seja adequado perante as elevadíssimas RESPONSABILIDADES que são exigidas a um engenheiro.

Contudo, a maior parte dos engenheiros ainda atinge um nivel de vida estável. Com menos de cinco anos de carreira, a maioria dos inquiridos aufere entre 15 mil e 25 mil euros brutos anuais, o que significa aproximadamente vencimentos entre 1250 e 2083 euros mensais. Entre os cinco e os 10 anos de actividade, o principal escalão continua a ser entre 15 mil e 25 mil euros, mas entre 10 e 20 anos de experiência tende a ganhar entre 25 mil e 35 mil euros anuais (2083 e 2917 euros por mês). A subida salarial mais acentuada dá-se quando se atinge os 20 anos de profissão. Então, o escalão de remuneração com mais peso é o que vai dos 45 mil aos 60 mil euros anuais (entre 3750 e 5000 euros por mês).


Fonte:

Jornal de Notícias


André Ferreira


18 de fevereiro de 2008

Pré-esforço orgânico

A extraordinaria eficiencia de algumas soluções estruturais encontradas na natureza podem ajudar os engenheiros estruturais no desenvolvimento de novas soluções, especialmente com a evolução conjunta da tecnologia que permite a implementação de aplicações sofisticadas.

Foi nesta base que o Prof. Pedro Pacheco em conjunto com investigadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, inventaram um sistema de pré-esforço orgânico (OPS-Organic Pre-stressed System). Esta solução "permite compensar as forças a que a estrutura metálica das pontes está sujeita, baseando-se no funcionamento do músculo humano."

Um músculo é um elemento estrutural com uma rigidez variável. Essa mudança de rigidez é alcançada por meio de abastecimento energético. Portanto, um músculo - ou de um sistema efetor - pode ser considerado como um elemento estrutural com a capacidade de alterar a força de uma estrutura convenientemente melhorar o seu desempenho. O Prof. adianta que: “Estamos a usar o sistema no processo construtivo. Através do OPS conseguimos optimizar essa estrutura usando um músculo artificial”

ops01.jpg

Como se sabe, o pre-esforço pretende garantir um sistema de cargas capazes de equilibrar parte ou a totalidade da solicitação. O OPS resulta num pré-esforço "optimizado", porque alguns esforços permanentes indesejáveis são evitados e as perdas diferidas do pré-esforço muito reduzidas. Além disso, OPS permite a concepção de estruturas mais leves e mais pequenas com os mesmos materiais estruturais. Estas soluções estruturais encaixam-se particularmente bem a situações de elevada razão "live-load/dead-load". Segundo o Prof. Pedro Pacheco “A estrutura é muito mais leve, mais segura, mais fácil de transportar e mais barata”, o responsável pelo projecto acrescenta ainda que em estruturas maiores “o benefício cresce quase exponencialmente” e fala numa redução dos custos para a generalidade das estruturas na ordem dos 20%.

Um projecto piloto foi já desenvolvido para o teste do sistema OPS, aplicado à construção de uma ponte sobre o Rio Sousa (sub-lanço Lousada – IP4/A4), tendo sido um verdadeiro êxito. Um completo sucesso foi também a parceria entre a FEUP e a Mota-Engil que tem sido um dos trunfos deste projecto.

O OPS é único em Portugal e no mundo e o Prof.Pedro Pacheco afirma que as únicas desvantagens do sistema se prendem com “a resistência natural que as pessoas têm à inovação”.No entanto, o engenheiro acredita no sucesso do projecto e espera que “ajude a criar confiança” nas capacidades dos portugueses.




Fontes:

http://www.organicprestressing.com

http://www.fe.up.pt

http://detrolhaaengenheiro.wordpress.com

http://engenhariacivil.wordpress.com

André Ferreira

17 de fevereiro de 2008

Os 14 grandes desafios da engenharia do século 21

Com ideias vindas de uma elite de 18 engenheiros, cientistas e futuristas - entre os quais Larry Page (co-fundador do Google) e John Craig Venter (um dos responsáveis pelo estudo e descoberta do genoma humano) e depois de um 1 ano a pensar nas melhores formas de melhor a vida no planeta Terra, foi revelada a lista dos 14 grandes desafios do presente século.
O objectivo era identificar o que precisa de ser feito para ajudar as pessoas e o crescimento saudável do planeta. Os desafios agrupam-se em 4 categorias que se pensam essenciais para o crescimento da humanidade - sustentabilidade, saúde, o prazer de viver e reduzir as vulnerabilidades.

São eles:
  • Make solar energy affordable
  • Provide energy from fusion
  • Develop carbon sequestration methods
  • Manage the nitrogen cycle
  • Provide access to clean water
  • Restore and improve urban infrastructure
  • Advance health informatics
  • Engineer better medicines
  • Reverse-engineer the brain
  • Prevent nuclear terror
  • Secure cyberspace
  • Enhance virtual reality
  • Advance personalized learning
  • Engineer the tools for scientific discovery
O comité decidiu não destacar nenhum dos desafios, sendo que o público em geral pode votar no que lhe parece melhor e analisar com mais detalhe cada uma das soluções propostas. Tudo no site oficial Grand Challenges for engineering.

Fonte

E tudo começa aqui

Como este é o meu primeiro post no blog queria apenas apresentar-me e dizer algumas palavras sobre o que espero do mesmo.

Chamo-me António Costa e sou estudante de Engenharia Electrónica e Telecomunicações. Este Blog surgiu como um desafio proposto por um amigo de longa data que não tive como recusar. Ambos partilhamos o mesmo gosto pela engenharia e pelo conhecimento, e pensamos que seria positivo partilharmos os nossos conhecimentos por escrito. Pelo desafio e pela investigação que isso requer pareceu-me um desafio interessante que resolvi abraçar e partilhar com vocês.
Este Blog surge então como um sítio onde escrevo algo sobre algumas das minhas áreas de interesse, onde partilho conhecimentos e - porque não - expresso a minha opinião sobre os mais variados temas.
Todos os comentários são bem vindos.

Feitas então as apresentações começamos com o que interessa...

Túnel do Rossio

A derrapagem nos custos das obras públicas em Portugal não é novidade. Seja o exemplo megalómano da Casa da Música há uns anos ou o mais recente caso do túnel do Rossio. Este último foi ontem aberto ao público após as obras de remodelação e, cheio de pompa e circunstância que tal ocasião merece, o ministro das obras públicas adiantou a sua explicação para a derrapagem de 9,5 milhões de euros nos custos da empreitada. Segundo o Ministro, esta derrapagem deve-se a dois factores: a mudança de empreiteiro e a monitorização da obra que não estaria inicialmente prevista.

De acordo com as suas convicções, Mário Lino adianta que a rescisão do contrato com o consórcio Teixeira Duarte/Epos causou "um aumento dos custos", designadamente porque obrigou a um "prolongamento do tempo de estaleiro", embora não tenha sido a causa de todas as despesas adicionais. Segundo o ministro, foi feito "um trabalho que não estava inicialmente previsto ter na empreitada da obra, a monitorização do túnel", que implicou "um conjunto de equipamentos durante a fase de construção e de exploração" e "um milhão e 200 mil euros" de custos.

Parece-me oportuno porém lançar uma ou duas questões. Sou ainda estudante e a minha especialidade não vai de encontro com a área de geotecnia pelo que posso estar errado no meu pensamento, podendo pesar ainda o facto de uma possível má interpretação de minha parte das palavras do Sr. Ministro. De facto com a primeira justificação posso até concordar, o processo foi badalado na comunicação social e é portanto de conhecimento público que a rescisão de contracto com o primeiro empreiteiro levou a uma perda de tempo considerável. Mas não consigo compreender como é possível não estarem previstos nos custos de uma obra deste tipo os custos relativos à monitorização do túnel??? Pelo pouco que sei parece-me óbvio que numa obra desta dimensão se torna indispensável controlar deslocamentos e estados de tensão em toda a estrutura de suporte ao longo do tempo. Parece-me razoável que se são conhecidas à partida estas necessidades porque não foram estas tidas em conta inicialmente???

Mas, por outro lado, no final da cerimónia Mário Lino reiterou que a segurança está assegurada: "Esta obra tem todas as condições de segurança". Parece-me que depois de tantos gastos seria o mínimo que se poderia garantir ao país.

Fonte:

Diário digital

André Ferreira

16 de fevereiro de 2008

Boas Vindas

Caros amigos,

Certamente que tal como para nós, para a maioria dos visitantes deste blog a ENGENHARIA é de facto uma outra maneira de olhar o mundo. Os engenheiros têm uma sensibilidade para assimilar, compreender e explicar o real que se distingue de todos os outros olhares. Boa ou má esta é a nossa maneira de interpretar o mundo!

Ainda que humildes estudantes de engenharia, os autores deste blog sentiram a necessidade de tentar ir mais além. Estudantes de áreas distintas desta outra forma de compreender o real, propomo-nos a partilhar opiniões e pensamentos em cada um dos ramos em que nos inserimos e não só. Não existe área mais pluridisciplinar que a engenharia, e cada vez mais os seus diferentes ramos se vão complementando e contribuindo para o desenvolvimento exponencial da sociedade e das suas condições de vida.

A cada passo da tecnologia é proporcionada a capacidade de todos os outros ramos se desenvolverem. A engenharia civil não é portanto excepção e cada vez mais as estruturas se constroem mais esbeltas e flexíveis porque a evolução da tecnologia permite por exemplo a criação de programas de cálculo cada vez mais potentes. As chamadas "casas inteligentes" são a prova maior da aliança entre a tecnologia e as estruturas.

Esperamos que este blog contribua para todos partilharmos opiniões e conhecimentos nestes dois ramos que embora distintos partilham a mesma origem: a outra forma de olhar o mundo!


Com os melhores cumprimentos,

André Ferreira
António Costa