18 de fevereiro de 2008

Pré-esforço orgânico

A extraordinaria eficiencia de algumas soluções estruturais encontradas na natureza podem ajudar os engenheiros estruturais no desenvolvimento de novas soluções, especialmente com a evolução conjunta da tecnologia que permite a implementação de aplicações sofisticadas.

Foi nesta base que o Prof. Pedro Pacheco em conjunto com investigadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, inventaram um sistema de pré-esforço orgânico (OPS-Organic Pre-stressed System). Esta solução "permite compensar as forças a que a estrutura metálica das pontes está sujeita, baseando-se no funcionamento do músculo humano."

Um músculo é um elemento estrutural com uma rigidez variável. Essa mudança de rigidez é alcançada por meio de abastecimento energético. Portanto, um músculo - ou de um sistema efetor - pode ser considerado como um elemento estrutural com a capacidade de alterar a força de uma estrutura convenientemente melhorar o seu desempenho. O Prof. adianta que: “Estamos a usar o sistema no processo construtivo. Através do OPS conseguimos optimizar essa estrutura usando um músculo artificial”

ops01.jpg

Como se sabe, o pre-esforço pretende garantir um sistema de cargas capazes de equilibrar parte ou a totalidade da solicitação. O OPS resulta num pré-esforço "optimizado", porque alguns esforços permanentes indesejáveis são evitados e as perdas diferidas do pré-esforço muito reduzidas. Além disso, OPS permite a concepção de estruturas mais leves e mais pequenas com os mesmos materiais estruturais. Estas soluções estruturais encaixam-se particularmente bem a situações de elevada razão "live-load/dead-load". Segundo o Prof. Pedro Pacheco “A estrutura é muito mais leve, mais segura, mais fácil de transportar e mais barata”, o responsável pelo projecto acrescenta ainda que em estruturas maiores “o benefício cresce quase exponencialmente” e fala numa redução dos custos para a generalidade das estruturas na ordem dos 20%.

Um projecto piloto foi já desenvolvido para o teste do sistema OPS, aplicado à construção de uma ponte sobre o Rio Sousa (sub-lanço Lousada – IP4/A4), tendo sido um verdadeiro êxito. Um completo sucesso foi também a parceria entre a FEUP e a Mota-Engil que tem sido um dos trunfos deste projecto.

O OPS é único em Portugal e no mundo e o Prof.Pedro Pacheco afirma que as únicas desvantagens do sistema se prendem com “a resistência natural que as pessoas têm à inovação”.No entanto, o engenheiro acredita no sucesso do projecto e espera que “ajude a criar confiança” nas capacidades dos portugueses.




Fontes:

http://www.organicprestressing.com

http://www.fe.up.pt

http://detrolhaaengenheiro.wordpress.com

http://engenhariacivil.wordpress.com

André Ferreira

Um comentário:

Anônimo disse...

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